quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Feliz

É um nome complicado esse: CLAYSON.
Logo no início, um problema. Você acabou de ler CLÊISSOM, com o "AY" inglês mas a pronúncia é aportuguesada, portanto, meu nome é CLÁISSOM!
Mesmo tendo completado 18 anos de desventuras com este nome, tive a covardia de condenar um outro ser a passar pelas mesmas agruras. Pra caprichar tasquei logo um júnior no final.
Meu filho nunca teve iniciativa de reclamar de forma enfática a herança do nome, mas sei que foi só por falta de oportunidade.
Hoje vejo-o passando pelos mesmos 18 anos de correções que passei quando ele nasceu ("não é Gláissom, é Cláissom" ou ainda o sofrimento quando alguém que não nos conhece lê em voz alta o nome: "Clêissom, por favor!").
Meu maior problema é que, pelo nome ser tão bizarro, não tive apelido!
Preferiram me chamar de Cláissom do que de "pesão" ou "cabeça" ou "largatixa" ou um destes apelidos comuns por aí, como "tucano" ou "barriga" ou outros que ressaltam grosseiramente os dotes físicos mais, digamos, salientes.
Meu sobrenome era a única forma de redenção.
Mas nele outra ressalva: É FILIZOLA, mas, em algum cartório sombrio destes de interior, algum desavisado teve a impáfia de mudar a grafia. Tascou FELIZOLA. E o tal erro, claro, tinha que chegar a mim...
Clayson Felizola.
Foi no rádio, já nos meus vinte anos que recebi um troféu.
Era uma tarde destas comuns quando atendo o telefone e um ouvinte gago me deu a oportunidade de aflorar meu lado sádico.
Como prêmio por sua ousadia em ligar para falar ao vivo na rádio, pedi a ele que pronunciasse meu nome completo, com o pretexto de lhe oferecer um brinde pela tarefa cumprida.
Eis que, pra meu espanto, o CLÁISSOM saiu perfeito. Mas na hora do Felizola...
"FE...FE...FELIZ...FELIZ...FELIZ"
Pronto. estava gravada a vinheta que me serviu por alguns meses e o nosso amigo me presenteou com meu primeiro apelido em duas décadas.
Fiquei feliz pelo Feliz.
Afinal, não há nada mais simples que um nome destes. Fácil de guardar, simpático e, de certa forma, coerente com minha personalidade.
Mas agora, alguns ternos e gravatas depois, vejo-me novamente atormentado pelo fantasma do nome bizarro.
Alguns milhares de cabelos a menos e alguns anos vividos a mais, vieram-me com um título que não orna com o codinome. SENHOR.
Deus, nosso senhor, me livre desse senhor!
E é senhor Clayson pra cá e pra lá...
Num último sopro de esperança e pertinácia, lanço um novo espaço:
O Blog do Feliz!
Uma ferramenta de marketing que prega a existência capenga de um apelido que só pegou entre meia dúzia de amigos e serve de pretexto pra vomitar um monte de textos perdidos por aí sobre assuntos que só interessam a mim e, talvez, a meia dúzia de amigos...

Um comentário:

Unknown disse...

Calysson, trabalho na EPTV ,e precisamos falar com você URGENTE.

Assunto: Contrato Publicitário.

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