sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Antologia do medo 1

"Com medo de fantasmas em baixo da cama, passou a dormir no chão."

Clayson Felizola

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O lado filosófico da "trollagem"


Esta trollada que muitos acabam caindo no FB sobre SPC, “O FB vai ser pago”, “O FB vai usar sua imagem”, “Copie e cole no seu perfil” etc. (na verdade já deixo de ler estas idiotices na segunda frase) deixam duas questões que podem ser analisadas de forma mais filosófica e com uma reflexão mais aprofundada:
Em primeiro fica escancarado a facilidade com que as pessoas tem em acreditar em tudo o que veem pela frente. Uma pessoa escreve um monte de asneira sem absolutamente nenhum fundamento e de forma inocente, motivado pela ignorância, muitos acreditam e agem seguindo aquela orientação.
Percebam uma ação mínima (copiar e colar no perfil), mas é ainda uma ação. Faz com que a vítima, movida por medo ou receio, antes de pensar e analisar o ridículo do fato, aja.
Esta atitude explica, por exemplo, as eleições “inexplicáveis” onde pulhas são eleitos?
Explica a ação de muitos que escrevem em cartolina e saem pra rua pra falar o que não sabem, defendendo o que não tem ideia?
Explica a volatilidade da “opinião pública”?
Mostra a gênese do anti-partidarismo, anti-político?
Corrobora a certeza do pensamento reducionista, onde basta falar mal do Feliciano, Lula, Dilma, PT, Sarney ou Renan que sou um "ativista politizado"?

Outro ponto a analisar é o “Passou no Fantástico”.
Esta chancela de ter sido levado ao ar em um programa de televisão específico mostra um ponto positivo.
Falar que “passou no Fantástico” é uma forma de dizer que entrou em um programa que ninguém assistiu.
Fica fácil para quem viu ao Fantástico (ou outro programa que foi citado) perceber que aquilo tudo é uma mentira. Afinal, quem assistiu, sabe que não teve nada daquilo no programa.
E esse é um ponto que temos que levar em consideração.
É extremamente danoso para um país ter 2, 3 veículos que detém toda a audiência.
Quanto vemos estes 30, 40 pontos da Globo, temos que nos preocupar muito.
Nos EUA, por exemplo, quando uma emissora atinge 5, 10 pontos é motivo de comemoração por um ano. Porque há uma pulverização da audiência e uma demanda enorme de canais em programação variada.
Nosso país tem ainda o monopólio da Globo, da Folha/Estadão, da CBN etc.
É um crime para uma nação que anseia “acordar”.
Mas é um alento perceber que o Fantástico tem menos audiência do que “credibilidade” para enganar trouxa no FB.
Aliás, não podemos nem comemorar tanto porque o Fantástico está sendo engolido pela “Fazenda” que é um lixo escatológico ainda pior do ponto de vista da alienação.
Mas é inegável que estamos, aos poucos, nos desacostumando da audiência involuntária à Globo.
A última novela que assisti mais de 5 capítulos foi Roque Santeiro. De lá pra cá vejo esta tentativa patética dos autores milionários das novelas em levantar bandeiras de uma ou outra doença e um ou outro comportamento na ilusão de que vai “mudar o Brasil”.
Foi o último respiro dos noveleiros em dar algum sentido a mais perniciosa forma de “arte” praticada no país (tão ruim como a "música" divulgada pela emissora). Vendendo produtos e copiando descaradamente as tramas de obras consagradas da literatura nacional e internacional e a linguagem dos seriados americanos.

A conclusão é que o Brasil não acordou, sequer, para identificar a trollagem de um reles adolescente que publica um texto cuja replicação se espalha aos milhares nas redes sociais.
Acordar para o reducionismo intelectual, inflado pelo esvaziamento ideológico e total desconhecimento de causa é ainda permanecer no sono, só mudando o sonho.   

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Gênese das Manifestações


A maioria das pessoas diz não entender ao certo o motivo de tanta gente na rua.
Não é difícil analisar, basta fazer um diagnóstico simples:
No início de tudo, o Movimento Passe Livre sai mais uma vez às ruas (muitos não sabem que o movimento existe há mais de oito anos).
A polícia truculenta, burra e sem o básico pensamento estratégico, ataca violentamente.

Na TV as emissoras manipuladas, reféns dos anunciantes bilionários e da postura sempre unilateral e anti-jornalística, afirma que os manifestantes que gritavam “paz” e “não violência” eram baderneiros e arruaceiros.
Os respectivos “soldados” de cada emissora saem contra os manifestantes com as mais absurdas idiotices possíveis: Datena na Band tenta manipular uma pesquisa ao vivo e leva um grande revés, Jabor na Globo fala besteira atrás de asneira, Scherazade no SBT também xinga os manifestantes e acaba recebendo mais divulgação sobre sua pessoa, visto que o povo em geral nem sabe quem é.
O que a TV, com sempre, “uma velhinha caquética olhando a internet de longe”, não sabia é que todo mundo tem máquina fotográfica e filmadora no celular e publica tudo no facebook.
Um vídeo e uma foto atrás da outra, mostram a realidade do que estava acontecendo. Na total e irrestrita burrice dos policiais, vários jornalistas são agredidos.
Pronto!!!
Até no exterior as pessoas saíram à rua para dar apoio aos manifestantes.
Afinal, todo mundo quer a polícia para dar segurança quando são roubados, atacados na rua, assaltados no trânsito, mas em geral, ninguém gosta oficialmente da polícia, porque todos, em algum momento, tiveram que suportar a arrogância e o “rei na barriga” de algum policial frustrado e mal treinado.
O que ocorreu a partir deste ponto todos já sabem.
Os manifestantes da Marcha da Maconha foram pra rua, os Gays e simpatizantes contra o Feliciano também, os “da esquerda”, os “da direita”, os que fazem greve, os que são contra a corrupção, contra os gastos com a copa, os que são contra os políticos ou a PEC 37 e Ato Médico, os que tem alguma causa...

Todos foram as ruas para o direito de irem as ruas.
Todos foram reclamar pelo direito de reclamar.
E é evidente que isso é profundamente legítimo. Todo brasileiro deveria ir às ruas pra falar sobre a carga tributária, para mudar a vergonhosa classe de políticos ladrões.

Ficam algumas perguntas:
-O que haveria se, lá atrás, os policiais não tivessem agido com violência e deixado os manifestantes do Passe Livre seguirem?
-Estaríamos com esta capacidade toda de mobilização sem as redes sociais?
 Estas perguntas não são desabonadoras dos importantes manifestos, mas lançam uma reflexão sobre as motivações de cada um. Desde o oportunismo dos bandidos e vândalos, até a boa intenção dos que protestam contra as causas urgentes do país.
Questões camufladas no atavismo social como o repúdio às instituições reguladoras e notadamente repressoras (quando o assombrado passado da ditadura militar). Feridas expostas quanto ao trato com o povo e seu direito de se rebelar contra situações que, há muito, passaram dos limites. A hipocrisia de tentar lavar uma ideia apartidária, o desencanto do cidadão em relação aos governantes (seja na esfera Municipal, Estadual ou Federal), todos lutam pelo direito de ter esperança em uma situação melhor. Uma vontade de grande de ser mais feliz.
Mas não podemos ser tão ingênuos: a única e exclusiva forma de se fazer uma cidade, estado ou país gigante é pelo voto, pela consciência e persistência em acreditar e patrocinar os melhor.
Saudemos as reformas!
Que mudem as relações políticas, o trato com o erário público.
E que, além do povo, os responsáveis por todas estas demandas também "acordem".

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A caricatura de si mesmo



Há no imaginário humano um desejo escondido de que um dia tudo irá ser “consertado” e o mundo se tornará um lugar melhor para se viver.
Um pensamento rousseauniano que perpassa todos os livros de auto-ajuda e os chamados “religiosos” que, nos dias de hoje, também são da mesma categoria, por força de seu conteúdo.
Há neste mesmo mote, o inverso Hobbesiano,  que afunda os homens na vala da miséria e do desencanto, transformando-o em selvagem potencial.
É comum se deparar com estes polos no corolário popular. Basta ver os comentários abaixo de qualquer notícia escabrosa: “É o sinal dos tempos”, “O mundo está virado” ou “Falta amor”, “Falta Deus”...
Em meio a respostas da teo-panaceia e desígnios apocalípticos, segue o mundo, incólume.
A realidade insiste em não se adaptar aos paradigmas religiosos ou de linhas de pensamento. Se em algum momento se assemelha ao paradigma cristão, em outro ao muçulmano, ao hinduísta e até ateísta e, na maioria dos casos, em nenhum linha de pensamento pré-estabelecido.
Se a metáfora do “copo cheio, copo vazio” não explica o que se encontra nos detalhes entre os dois extremos, tampouco o “caminho do meio” é solução para tudo.
O que nos resta é viver.
Estamos jogados na existência onde pegamos e deixamos um bonde andando.
O “Trem da Vida” passa por nós. Dentro e fora, alto e abaixo.
Enquanto nos preocupamos em encaixar os acontecimentos a nossos padrões pessoais, parece que o tempo segue seu ritmo sem se importar muito com estas incorporações individualistas.
No fundo, o vulcão não deixará de expelir lava apenas pela vontade de um ou outro, o dedo no gatilho do menor que comete latrocínio não parece frisar mediante o pensamento do herói anônimo que roga pela paz em outra parte do planeta.
Em grande incoerência, o mesmo individualismo que cerca o pensamento de um ou outro extremo é, ironicamente, o que designa a verdade e realidade que determina a existência de cada um.
Encha-se de mágoa, ódio e tristeza e verá apenas isso por todos os lados.
Seja um “bobo alegre” e tudo será assim.
A verdade é individual e intransferível.
A apresentação existencial segue padrões próprios, sempre caóticos.

Nós e que tentamos, sempre desajeitados, dar um sentido a tudo, mesmo que este sentido só sirva para nos trazer um pouco de paz e conforto, mimados que somos.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Revista VEJA contra as mulheres


A revista Veja segue com duas semanas seguidas com investidas diretas contra o direito da mulher ser mulher.
Na capa da edição 23322 - ano 46 - n. 21, Angelina Jolie e sua atitude em retirar as mamas e na capa da edição 23323 - ano 46 - n.22, o título "Filhos? Não, obrigada!".
Angelina em insana atitude, decide se mutilar devido ao medo de contrair câncer. Na matéria não há, sequer uma linha, apontando os contras de um ato tão drástico e invasivo e a revista insinua que todas as mulheres devem retirar seus seios por medo ou receio.
Mulheres saldáveis que, provavelmente, nunca terão problemas com câncer, se sentem impelidas a fazer a "cirurgia da moda" que é a retirada dos seios e implantação de silicone.
Será mesmo que nosso futuro é ver todas as mulheres do mundo ostentando sacos de "plástico" nos peitos?
Cabe aqui uma observação: não me oponho a quem prefere modificar o corpo que Deus lhe deu com cirurgias. Este é um direito de cada um(a). Mas adianto que a maioria daquelas que hoje optam pelo implante de silicone não retiram os seios. Em momento futuro, podem reverter a cirurgia, retirando as próteses e voltando a ostentar seus subjugados seios naturais.
O caso da atriz, por emblemático que é, traz a tona uma nova modalidade: a mutilação deliberada, disfarçada pelo eufemismo da "prevenção".
Ora, alguns fatores que hoje provocam câncer (especialmente os de mama) são tão desconhecidos e menosprezados que até algumas pesquisas a respeito causam certo constrangimento. Em pouco tempo, ganharão peso, por exemplo, os argumentos que apontam para a somatização. Os próprios EUA, cuja "Empty Nest Syndrome" se encontra bem difundida e documentada, já anunciam os casos recorrentes de câncer de mama (e outros) causados pela psicossomatização.
Sabemos, desde a década de 70, os comportamentos de pacientes com câncer que são semelhantes entre si. Sabemos das questões fisiológicas variadas. Já anunciamos a cura do câncer em muitos casos (se diagnosticado a tempo ou não) e já temos muito bem difundido, inclusive no Brasil, o diagnóstico que, feito pela própria mulher, indica por simples tatear com as mãos à procura de caroços, o risco da doença.
Porque então a divulgação entusiasmada de um ato tão absurdo quanto inverossímil da atriz famosa?
Será mesmo que a chamada "indústria das plásticas" se encontra em patamar de financiamento da mídia tão elevado?
Não sabemos.
Mas podemos identificar com facilidade a resposta das incautas que seguirão o nefasto exemplo de Jolie.
Por outro lado, segue a edição que enaltece as mulheres que não querem ter filhos.
Claro, destaca-se mais uma vez, o direito de todas as mulheres e seus respectivos maridos pela decisão.
Em tempos atuais, esta é uma opção sensata. Pesquisas apontam que o "custo-filho" desde seu nascimento até a maioridade, ultrapassa alguns milhões de reais.
Mas o que dizer da diminuição daquelas que querem e sonham com a maternidade?
Não vejo uma posição que seja mais exclusivamente feminina do que ser mãe.
Sequer estaríamos aqui se elas não existissem.
Portanto, em um exagero que embute certa verdade, investir contra as mães é investir contra a humanidade.
Em argumento mais contido, é se opor à mulher.
Não bastassem os tempos atuais que impelem a mulher a trabalhar em rotina extenuante onde os afazeres do lar se associam a necessidade de uma profissão e de outras atividades, segue o discurso de que "ser mãe" não é bom e que melhor é não ter filhos.
Estamos em maus lençóis, caminhando para um momento onde as mulheres se envergonham do papel de mãe e onde ser "dona de casa" é quase um crime.
Mais uma vez, tira-se a opção da mulher ser o que quer ser.
Hoje, para que a mulher não seja dona de casa, é necessário que haja outra mulher (a "secretária do lar") para seu lugar.
Para que não exerça suas funções de mãe é necessário outra mulher (babá, professora, berçarista) para seu lugar.
Criamos então a categoria elevada e não elevada de ser mulher: aquela em que é "independente", mas depende de outras mulheres e aquela que a mulher depende das mulheres independentes.
Com isso, temos a confusão de valores que coloca a mulher em duas extremidades distintas.
Vem agora a revista Veja dizendo que bom mesmo é não ter filhos.
A mulher ideal é aquela que mutila seu corpo, não casa, não tem filhos e trabalha como uma maluca pra comprar Iphone.
Estamos forjando a caricatura do que hoje se entende por "mulher moderna".
Aquela que não tem direito de ser o que é ou que se envergonha e sente diminuída. Que segue os ditames de uma moda tão efêmera quanto a dos gadgets e que segue firme e fraca rumo a sua total infelicidade, desolamento e solidão.
Ao menos é assim que pensa a Veja. 

terça-feira, 12 de março de 2013

Devaneio

Um caminho de flores que não são rosas ou margaridas se abria diante de um desfiladeiro.
O sol se escondia atrás de uma das montanhas que subiam em cada um dos lados do recorte profundo. Abaixo das imponentes construções naturais, apenas o ruido tímido de um caminhar leve e cadenciado.
Uma paisagem típica.
Logo chegam a poeira e o calor.
A vereda era desconhecida e a experiência que se passava naquele momento era única, onde o que mais interessava não era saber o que estava adiante, mas diante.
Como são intrigantes os anseios que levam alguém a se perder entre estes rochedos que, outrora unidos, são partidos pelos acontecimentos geomórficos milenares.
Deste átimo de história passada, mas sempre urgente, no vento que eleva parte da rispidez do solo, um pingo que poderia ser de suor.
O sorriso das aves que comem ratos e cobras.
Misturados entre marrom e azul, verde e branco com montanhas, céu, vegetação e nuvens.
Os répteis monstrengos e jurássicos.
Em um passado presente, os rastros que se desmancharam com as lambidas do vento e esta vista grave do afastamento.
Dois momentos no tempo.
Poderia arrefecer o ar ou enrubescer a pele.
Mas, agora, a entrega ao seguir existencial.
E assim sumia.
Como miragem desértica de distância fria.
De caminho sem volta pelo pensamento irracional.
Entre a certeza de que, buscando sozinho, se refresca na companhia dos seus fantasmas.
Mesmo que seja por uma vida ou um segundo.
Ainda que não esteja mais ali e de volta ao mundo.

(Extraído do livro "Fragmentários" de Clayson Felizola)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Este povo que quer tirar nossa felicidade...



Eu desconfio que seja assim em todo lugar, ao menos nas cidades de interior ou nas micro-cidades dentro das metrópoles.

De tanto frequentar São Paulo e de tanto frequentar os míseros lugares aos quais não se é obrigado a ouvir música ruim e deparar com pessoas ruins, se descobre que os lugares bons com pessoas interessantes são sempre os mesmos e as pessoas idem.

Portanto percebe-se que morar em São Paulo pode ser o mesmo que em uma cidade pequena: Vemos as mesmas pessoas e nos habituamos a ir aos mesmos lugares. Mas estamos em São Paulo (o que, como constatado, não muda nada), uma metrópole.

Mas não falo de São Paulo, nem falo de cidades de interior.
Quero mesmo é falar de Poços de Caldas e de mim.
Citei São Paulo e cidadezinhas porque minha desconfiança é que esta história se repete em outros lugares, porém não faz muita diferença se for uma peculiaridade apenas de minha cidade natal.

Quero falar sobre recalque e sobre a capacidade infinita das pessoas de ficarem “magoadinhas” e “chateadinhas” e, em função de suas próprias fraquezas e limitações, tentam de todas as formas arquitetar vinganças e se pautar em revanchismos baratos, na busca por apagar nossa luz ou tirar nossa felicidade.

Fato: hoje, conversando com um amigo no shopping, passou uma ex-colega de trabalho que fez questão de não me cumprimentar e nem sequer olhar na minha cara.
Fiquei intrigado com o motivo desta tremenda falta de educação.
Eu sou uma pessoa desatenta na maioria das vezes. Penso milhões de coisas ao mesmo tempo. Não é difícil passar por alguém na rua sem a cumprimentar. Mas se a pessoa não é magoadinha e orgulhosa e me chamar ou dizer “hey Clayson!”, ganhará um grande sorriso e um “olá!” que pode se estender para alguma conversa informal se eu não tiver apressado e perceber que a pessoa também não está.

Mas a ex-colega de trabalho me intrigou. O que será que eu fiz para a criatura?
Conversamos por algumas vezes. Pelo menos uma vez em que ela apareceu na TV depois de sair eu a cumprimentei e conversamos.
Não somos o que poderia ser classificado como “amigos”, mas nunca iria fazer alguma falta de educação com ela (e nem com nenhum outro ser vivo no planeta terra – não intencionalmente, como ele fez).
E fiquei, como ainda estou, muito intrigado.

Explico: Depois que me candidatei a vereador, aconteceram situações “estranhas”. Algumas pessoas que, sequer se deram ao trabalho de me conhecer de fato e que não fazem parte de meu seleto grupo de amigos ou conhecidos, se auto-declararam meus “inimigos”.
Estes inimigos (graças ao bom Deus, em ínfima quantidade) se entregam ao infantil e estúpido ato de espalhar ofensas a meu respeito. Depois da candidatura, deixei de ser um “sucesso” na Tv para me tornar “chato”. Deixei de ser “indispensável” para me tornar “desinformado” e até o programa que tem grande audiência, passou a ter “pouca audiência”. Estou sempre ruim ou péssimo para meus “inimigos”.
Eles chegam aos meus superiores para espalhar seu veneno, tentando colocar em dúvida meu trabalho e minha capacidade. Espalham mentiras para aqueles que não me conhecem e não tem opinião formada a meu respeito.  

Há algo de curioso nesta história (providência divina): Todos eles, sem exceção, “se mostram” de uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde.
O problema é que, quase sempre, não sei os motivos que os levam a me rotular como “desafeto”.
Era ótimo saber os motivos que os incomodam tanto. Poderia aprender e me aprimorar com isso. Poderia ser uma pessoa melhor. Mas, seguramente, se basear meu comportamento no pensamento de pessoas de índole má, meu conceito será abalado perante as boas e retas pessoas as quais não preciso me importar tanto sobre o que pensam a meu respeito. Principalmente porque estas pessoas já me aceitam como sou. A maioria já faz parte das minhas amizades.

Mas fica o desejo.
Um desejo-necessidade de entender.
É uma regra de raciocínio lógico que me acompanha. A compreensão é algo desejável.

A tal ex-colega de enigmática e surpreendente aversão me leva a pensar em tudo o que provoca este turbilhão de pensamentos, elucubrações, subjeções que tomam de súbito minha mente.
É grande desafio: a tentativa de procurar entender o inteligível.
No fundo, já sabemos que não há unanimidade (sendo ela, declaradamente, “burra”).Sigo mais atento pelas ruas.
Vou procurar cumprimentar mais as pessoas.
Só não deixarei de ser franco, sincero e honesto.
Minha conclusão é que mais vale uma ex-colega ser mal-educada do que me cumprimentar e falar mal pelas costas. Ao menos sei que dali não sairá nada de bom a meu respeito.


Quanto a mim?
Oras, se não tiver maturidade e capacidade para compreender as minhas limitações e as dos outros, nunca serei feliz e ser feliz é a meta em que me ocupo no momento.