A maioria das pessoas diz não entender ao certo o motivo de tanta gente na rua.
Não é difícil analisar, basta fazer um diagnóstico simples:
No início de tudo, o Movimento Passe Livre sai mais uma vez às ruas (muitos não sabem que o movimento existe há mais de oito anos).
A polícia truculenta, burra e sem o básico pensamento estratégico, ataca violentamente.
Na TV as emissoras manipuladas, reféns dos anunciantes bilionários e da postura sempre unilateral e anti-jornalística, afirma que os manifestantes que gritavam “paz” e “não violência” eram baderneiros e arruaceiros.
Os respectivos “soldados” de cada emissora saem contra os manifestantes com as mais absurdas idiotices possíveis: Datena na Band tenta manipular uma pesquisa ao vivo e leva um grande revés, Jabor na Globo fala besteira atrás de asneira, Scherazade no SBT também xinga os manifestantes e acaba recebendo mais divulgação sobre sua pessoa, visto que o povo em geral nem sabe quem é.
O que a TV, com sempre, “uma velhinha caquética olhando a internet de longe”, não sabia é que todo mundo tem máquina fotográfica e filmadora no celular e publica tudo no facebook.
Um vídeo e uma foto atrás da outra, mostram a realidade do que estava acontecendo. Na total e irrestrita burrice dos policiais, vários jornalistas são agredidos.
Pronto!!!
Até no exterior as pessoas saíram à rua para dar apoio aos manifestantes.
Afinal, todo mundo quer a polícia para dar segurança quando são roubados, atacados na rua, assaltados no trânsito, mas em geral, ninguém gosta oficialmente da polícia, porque todos, em algum momento, tiveram que suportar a arrogância e o “rei na barriga” de algum policial frustrado e mal treinado.
O que ocorreu a partir deste ponto todos já sabem.
Os manifestantes da Marcha da Maconha foram pra rua, os Gays e simpatizantes contra o Feliciano também, os “da esquerda”, os “da direita”, os que fazem greve, os que são contra a corrupção, contra os gastos com a copa, os que são contra os políticos ou a PEC 37 e Ato Médico, os que tem alguma causa...
Todos foram as ruas para o direito de irem as ruas.
Todos foram reclamar pelo direito de reclamar.
E é evidente que isso é profundamente legítimo. Todo brasileiro deveria ir às ruas pra falar sobre a carga tributária, para mudar a vergonhosa classe de políticos ladrões.
Ficam algumas perguntas:
-O que haveria se, lá atrás, os policiais não tivessem agido com violência e deixado os manifestantes do Passe Livre seguirem?
-Estaríamos com esta capacidade toda de mobilização sem as redes sociais?
Estas perguntas não são desabonadoras dos importantes manifestos, mas lançam uma reflexão sobre as motivações de cada um. Desde o oportunismo dos bandidos e vândalos, até a boa intenção dos que protestam contra as causas urgentes do país.
Questões camufladas no atavismo social como o repúdio às instituições reguladoras e notadamente repressoras (quando o assombrado passado da ditadura militar). Feridas expostas quanto ao trato com o povo e seu direito de se rebelar contra situações que, há muito, passaram dos limites. A hipocrisia de tentar lavar uma ideia apartidária, o desencanto do cidadão em relação aos governantes (seja na esfera Municipal, Estadual ou Federal), todos lutam pelo direito de ter esperança em uma situação melhor. Uma vontade de grande de ser mais feliz.
Mas não podemos ser tão ingênuos: a única e exclusiva forma de se fazer uma cidade, estado ou país gigante é pelo voto, pela consciência e persistência em acreditar e patrocinar os melhor.
Saudemos as reformas!
Que mudem as relações políticas, o trato com o erário público.
E que, além do povo, os responsáveis por todas estas demandas também "acordem".
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