quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Nós: O Glorioso e Bem-humorado Povo Brasileiro!!!

Danilo Gentili diz em seu microblog usando um caso de suposto estupro: "...Esperou uma gostosa ficar bêbada pra transar: Gênio..."
Seu colega "demitido" do CQC havia sugerido algo parecido, porém com o adicional considerado como "alusão à pedofilia" em caso de grande repercussão e afirmou que "Mulheres feias deveriam agradecer caso fossem estupradas".
Fico aqui pensando.
"Estuprador é gênio", "Estuprar é fazer um favor"...
Qual a graça?
Eu preciso entender isso. Tenho uma filha de dez anos. Queria saber a graça em afirmar que faria sexo com um bebê ou em chamar um estuprador de "gênio" (Danilo usou o fato apenas pra ilustrar seu pensamento-piada).
Não sei se estes humoristas possuem filhos, mas os vejo como realmente são: Arautos de uma geração inteira que está se suicidando com o crack e referência máxima de uma parte da juventude que não tem o que pensar, o que fazer, perderam valores, referência, senso crítico e aprenderam a se relacionar com outras pessoas muito mais por intermédio de microblogs e "sites de relacionamento" do que olhando nos olhos e conversando sem usar um teclado. São estes os melhores representantes do status quo atual.

Danilo Gentili esteve em Poços de Caldas.
Na esteira de um problema local tirou graça. Colocou moradores com chapéus e caras de Chico Bento. Andou de charrete, elogiando o "meio de transporte" que nunca foi usado por nenhum morador para este fim e ridicularizou tudo e todos. Disse que ia voltar, mas não voltou.
Eu o combati. Acredito que um problema local deveria ser tratado aqui e mostrar o lado ruim da cidade em rede nacional não iria trazer nada de positivo. Quero que Poços seja mostrada pelo que ela é, não como estava naquele momento. Poços não é um político ou um dono de empresa. Poços é muito maior do que o mais ilustre de seus cidadãos. Porque nós vamos, mais cedo ou mais tarde, mas a cidade fica.
Na ocasião disseram que eu estava defendendo a empresa.
Hoje, passado todo o calor do momento, a única lembrança que ainda resta nas pessoas é que eu fui o único que realmente falou a verdade sobre a empresa e o CQC e Danilo Gentili não serviram mesmo para nada, além de satisfazer os interesses de um grupo que não pensou objetivamente na cidade que saiu perdendo ao ser mostrada ao país de maneira negativa, quando deveria ser louvada pelas suas belezas naturais, clima, ar e qualidade de vida que oferece aos que a amam.
O tempo respondeu rápido, coisa rara.

Tenho certeza que quando Chico Anísio, Jô Soares e outros humoristas consagrados afirmaram que "não há humor comportado" não haviam pensado em um quadro como o que vivemos, afinal, o próprio Jô se viu em maus lençóis ao ser combatido por sua atitude em não ceder uma entrevista a um "personagem" do Pânico e foi execrado (Jô completou 74 anos de idade ontem -16 de janeiro de 2012- e tem mais tempo de carreira do que, talvez, a idade dos pais dos humoristas citados) 
O CQC, (oposto "inteligente" ao "Pânico") nos presenteia com Danilo e Rafinha.
O Pânico nos dá, além de bundas de algumas "dançarinas" apontadas como prostitutas, o "Repórter Vesgo" que sugere ser engraçado engordar quase 20 kg de forma proposital.

As similaridades também levam a audiência a fazer outras análises e comparações, além de "CQC é melhor que Pânico porque é mais inteligente", contrapõem "Praça é nossa" com "Zorra Total", "Domingo Espetacular" com "Fantástico", "BBB" com "A Fazenda" etc.
Somos apegados a comparações.

Rafinha, quando  foi a "bola da vez" tinha sido alçado ao posto mundial de destaque dentro do microblog com seu perfil bilíngue. Aliás, apenas em inglês, com sua "apresentação para contatos internacionais".
Wanessa levantava bandeiras que seguem "tabus" das "minorias sexuais" com siglas cada vez maiores (até agora estamos em LGBTTs). Não fazia muito sentido se ofender com outro "tabu". Mas o fez, cortou a cabeça do seu "algoz" e a discussão se arrefeceu.
Eis que o colega e parceiro em empeendimentos do "réu" surge com sua nova frase.

E aqui estamos nós, brasileiros.
Comemorando o 88º lugar no ranking de educação da Unesco.
Pra mim ISSO é que é crise e não um momento de flutuação financeira.
Ser um país que não conhece o limite do bom senso e aplaude o grosseiro por não ter educação é estar em uma crise.
Uma crise moral, estrutural, social que nos parece atávica, desde quando, reza a lenda, recebemos como "primeiros habitantes" ladrões e prostitutas.
Eles e elas estão aí até hoje.
Ladrões e criminosos na política e em outros setores e prostitutas se exibindo em programas de Tv e "de humor" ao lado de "personagens" que são "politicamente incorretos" (pra usar o termo-fetiche do momento).

Seja honesto(a) e me responda:
-Qual o futuro que você vê para a música, cultura e arte do nosso país?
-Quais rumos o país aponta em tecnologia, desenvolvimento e ciência?
-Como sair do lamaçal em que se encontra nossa educação (Lembrando: mantivemos a mesma colocação no ranking da Unesco em 2010 para 2011)?
-Como se opor a tudo isso?
-E os que não acham graça em determinados "personagens" de programas "de humor" ou não assistem programas em que se embebedam pessoas para serem "supostamente estupradas"?
-Quem somos?
-Quem seremos?
E, o mais importante: Nos resta muito mais além da indignação?

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa quanto ódio!
Não consigo compreender quanto ódio certas pessoas tem dos americanos.

Eu estive lá, conheci pessoas maravilhosas lá que jamais iria desejar que engraxassem meus sapato. Não podemos generalizar e achar que todos são ruins.

Parou pra pensar o quanto nós poderíamos ser ruins quando começarem as imigrações para o Brasil?
Haitianos vindo para cá? Quem os querem aqui?

Outra, China não é exemplofator de orgulho, um país que não tem a mínima preocupação ambiental e que trata seu povo como escravos não é exemplo de sucesso.

Ódio não leva ninguém a lugar nenhum, desculpe me intrometer.

Clayson Felizola disse...

Querido amigo(a):
Não se trata de ódio. Não tenho nem nunca teria ódio de nada.
A questão é maior e está clara no texto.
Os EUA representam a "revisitação" belicista dos gregos, romanos e europeus. Quem teria "coragem" de atirar duas bombas atômicas e dizimar indiscriminadamente duas cidades?
Quem faria o que fizeram e fazem em suas intermináveis guerras?
A "maior potência" do mundo deveria ser a mais pacífica. A "maior democracia" deveria ser a mais desarmada.
Há segregação racial e religiosa nos EUA quando deveria ser o último lugar do mundo pra isso.
A china é um país de 6.000 anos. Quer mesmo compará-lo aos EUA?
Se todos os seres humanos do mundo consumissem recursos naturais como petróleo e eletricidade como os americanos, estes recursos se esgotariam em menos de 10 anos no planeta.
Em termos ambientais não há praga maior. Os EUA, maior emissor de dióxido de carbono do mundo, se opuseram ao Protocolo de Kioto por questão declaradamente financeira. Empesteiam o planeta muito mais que duas Chinas pra manter seu poderio econômico. Se há "escravos" na China, eles o são para fabricar produtos para americanos em 70% dos casos. E são eles, os americanos, que fomentam 87% das empresas chinesas que possuem regras trabalhistas mais rígidas.
Minha questão não é o "povo" ou as pessoas "maravilhosas" que estão lá.
A questão é geo-política (o que fazem em relação ao restante das américas e ao mundo?) e a voracidade consumista e bélica. China, por suas tradições e números, pode não ser motivo de orgulho pra vc, mas estará acima dos próprios EUA em muito breve sem invadir, matar e usurpar nenhum outro país. Apenas pelo trabalho (duro, diga-se) e pela abertura que teve.
Os haitianos já estão vindo trabalhar nas nossas lavouras. São eles os novos bóias-frias. São bem-vindos porque no país há desde décadas o êxodo rural e nós precisamos de mão de obra. Em Andradas, MG, há produtores de rosas que pagam a passagem, dão moradia, sustendo, educação e saúde para haitianos (além do salário mínimo) para que trabalhem na lavoura. Os produtores de café já entenderam que são boa mão de obra, porque querem viver em um paz e precisam de pouco pra serem felizes em relação a dura realidade de seu país.
Combater uma mentalidade tacanha, voraz, violenta, xenofóbica e grandiloquente em todos os aspectos não é odiar, mas mostrar a grande diferença e o abismo que criaram em relação ao "novo mundo" que quer surgir. Um povo sem armas, com visão global, que olha para o planeta e não para sua área cercada e defendida a bala. Este povo obeso, retardado e preconceituoso em sua maioria está longe de ser o retrato do que virá nas próximas décadas. Tente dar uns passos além de New Rochelle, Newarc, Mount Vernon ou mesmo Miami ou outros centros de grande concentração de imigrantes e veja melhor o que ocorre. Analise legislações de estados como Arizona, Alabama, Geórgia, Indiana e Carolina do Sul. Veja detalhes sobre o que é realmente os EUA. Não vá pensando que é ódio cego e ignorante amigo(a). Acabo de conversar com uma americana que considero tb uma destas pessoas "maravilhosas" que conheceu. Conheço a realidade do imigrante lá e do povo. Tenho dezenas de parentes e amigos próximos que foram ou estão lá. Respeito a todas as exceções, mas esta idéia Illuminati da Idade Média tem que acabar um dia. E mostrar as diferenças entre o bem e o mal é o primeiro passo.