terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eu bati na porta de Deus e ele abriu!!!!

Descobri há pouco tempo o significado da frase "Nunca podemos servir a dois senhores ao mesmo tempo".
Eu tinha uma visão mais "elástica" sobre isso.
Me incomodam os radicalismos e a unilateralidade.
Me chateia o totalitarismo.

Não me "converti" a nenhuma religião.
Creio ser isso, quase impossível.
Ao menos neste momento.
Mas comecei a entender o prisma do "cachorro de dois donos morre de fome".
Cheguei a um ponto que, em alguns casos, só o tempo nos dá respostas.

Lí em algum lugar (quem souber me lembre) que "O tempo é o maior dos mestres, mas acaba matando todos os seus discípulos".

Aliás, a palavra "mestre" vem sendo prostituída.
-Nascemos em um país 80% cristão ao acaso?
Não acredito.
Por isso, principalmente dentro de nossa concepção cultural, Mestre mesmo, ao menos para nós, é Jesus Cristo.
Sim, ele é único.
É a fonte.

Continuo considerando Buda, Osho, Maomé, Zaratustra, Confúcio, Yogananda e outros "mestres", inclusive os ascensionados.
Como venho da escola teosófica, aprendi a entender esta pluralidade.
Mas me intrigava ver Alice Bailey falando sobre a "volta do cristo".
Me soava estranho ver uma das grandes professoras espirituais de todos os tempos - em um "nível" de HPB e outros(as) - falando sobre isso.

Passei anos relegando tudo o que envolvia o nome de Jesus ao pântano do fanatismo e da ignorância.
Qual foi minha surpresa ao olhar para meus pés.
Sim, era EU quem estava neste pântano.
Hoje, mais renovado por esta força que obtive em forma de bençãos, clareza mental e "revelações", vejo o quanto perdi tempo com preconceitos e auto-engano.

Estou mais forte.
O esforço para sair do lamaçal é grande.
Primeiro pela urgência que temos em função do desespero em saber que estamos em meio a imundície, segundo porque a lama é grudenta, pegajosa, te puxa e suga, não quer que ande a passos largos.

Entendo agora que o mundo é para os corajosos.
Aqueles que sempre agiram com medo ou covardia nunca ganharam nada além de desprezo, aliás, nem sequer "agem".
Me fortaleci na coragem.
Não no desejo, mas na meta.
"Desejo" é algo que está acima de nós, "meta" é algo a conquistar.

Minhas orações são de bençãos a todos que me ensinaram.
Tanto aqueles que ensinaram pelo amor, quanto pela dor.
Minha maior prece é para não ter que esperar tanto para aprender.

Tenho alguns trunfos: Não tenho rancores, raiva, ódio e coisas do gênero.
Isso ajuda a me limpar da lama.
Tenho outro: A gratidão, que me fará sentir o cheiro fétido da lama se me aproximar novamente dela.
Não me cabe o poder de Juiz ou Rei que, do alto do seu trono, diz: "eu perdôo este", "eu perdôo aquele".
Quando não há mágoa e rancores, não há necessidade de perdoar.
Inundei meu coração de gratidão.
É muito mais fácil e rápido, bem menos egoísta e egocêntrico e mais objetivo.
Não me cabe pedir ou esperar pelo perdão do outro.
Não me cabe cuidar do outro.
Claro, a não ser que este outro seja, por exemplo, minha filha de dez anos.

Minha consciência vale mais que mil palavras e atitudes.
Mesmo assim fiz a "minha parte" por meio de "atitudes".
E, com isso, não fiquei escravo dos meus próprios pensamentos e ilusões ou, pior, do pensamento de terceiros.
Minha companheira de sempre, a dona Verdade sempre foi minha maior aliada.

Só me faltava tranquilidade e paz.
O desespero de ver de perto o lamaçal, de tentar sair a todo custo, de ter certeza de que estava no lugar errado passou.
Não estou mais ofegante, não estou mais tão sujo.
Minha alma, ao menos, já está bem mais limpa.
E agora, limpando a lama dos olhos, posso ver com muito mais clareza tudo e todos que me cercavam.
Ver quem realmente sou e quem estava junto comigo lá. Na lama. Vieram os "porquês" e a verdade me presenciou com sua virtude.
Tenho muita compaixão, mas não me sinto motivado mais a voltar onde estava para tentar tirar quem insiste em não olhar para seus próprios pés.

Guardo dentro do meu coração as as melhores lembranças do mundo.
E uma lição muito importante: nem tudo é lama no pântano.
Há flores lindas que só conseguem nascer lá.
Elas nos dão alento, esperança.
Além daquela certeza de que só quem esteve lá é que pôde vê-las de perto.

Ainda há muito o que se fazer, mas a sensação de estar limpo é algo sem explicação.
Tenho muito o que compartilhar e muito mais a servir.

As flores solitárias do pântano eu deixo lá.
Estou indo para o campo, onde há infinitas espécies delas, em muitas variedades e em muito maior quantidade e qualidades e agradeço a Deus por me presentear com esta brisa suave e perfumada da vitória.

Só Ele sabe que sempre tive vocação para ser limpo.

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