sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Imponderável Salto Quântico






Nós estamos cercados de acontecimentos, fatos e objetos que não podemos afirmar se são definitivamente reais.
Lembro-me de quando tinha lá meus 15, 16 anos, ouvi de um professor espiritual que eu deveria dar alguns pulos tentando alcançar o céu. Bastava pular buscando subir o mais alto possível. Segundo aquele professor, se meu pulo fosse mais alto do que o de um ser humano "normal" é porque provavelmente eu estaria morto. Ele tentava esclarecer que muitos morrem sem saber. E "vivem" sem saber que morreram. A tendência era que continuassem repetindo as mesmas coisas sem se dar conta de seu novo estado fúnebre.

Na época não havia o filme Sexto Sentido (já cheguei nos meus 41 né..) portanto o impacto da informação foi grande e de muita relevância. Passei alguns anos dando pulos, sempre que houvesse conveniência, coincidindo com a lembrança do seu ensinamento.

Passado algum tempo, avançando meus estudos em sonhos lúcidos, me vi pulando em um sonho e a sensação era exatamente a que ele havia descrito para o estado de um morto. Eu flutuava ou mesmo pulava e me transportava para outro ponto do planeta ou fora dele. No começo, o medo de ter chegado ao término de meus dias, me fazia voltar do sonho em segundos, depois sorria muito ao acordar.

Eu estava morto ao sonhar? Onde vamos quando sonhamos? As conjecturas são inúmeras. Porém uma conclusão me veio depois de um certo tempo: Nossa realidade e nossa percepção são tremendamente relativas. Nosso mundo, nossa consciência e o aporte de nossos pensamentos e processos mentais e cognitivos traçam regras díspares sobre o que ou quem somos.

Ponderando sobre o imponderável, temos a máxima da mecânica quântica, onde um elétron muda de camada em um "passe de mágica", "sumindo e aparecendo" em um movimento cientificamente impossível. A pergunta que não encontra lógica ou explicação direta, surge quando se tenta saber onde a partícula mágica se encontra ou "para onde vai" no momento que desaparece e aparece novamente em outro lugar, sem que seja detectada sua trajetória.

Nietzsche, em sua frase célebre, sugeria em tom quase imperativo: "Torna-te quem tú és".
Ele só se esqueceu de dizer que poderemos ser mortos e vivos em uma mesma existência, ora sumindo e aparecendo, ora presos na infalível lei da gravidade, ora visitando outros planetas da galáxia em meio a divagações oníricas.  

terça-feira, 26 de junho de 2012

Uma resposta mais objetiva contra as drogas e seu abuso



Estava ouvindo Amy Winehouse. Uma obra pequena deixada pra nós. Mas não vimos algo que seja tão significativo no mainstream, do ponto de vista da qualidade musical, nestas últimas décadas. Em geral, o que faz sucesso é tão ridiculamente horrível que nem merece citação. Mas Amy mostrou ser possível bons arranjos, boa voz, belas canções e letras fazerem sucesso. Back in black é o melhor disco dos últimos tempos a figurar entre os mais vendidos.

Posto isso, me vem a mente esta ignorância das drogas e seu abuso. Será mesmo que vamos continuar vendo estes suicídios por muito mais tempo? Será mesmo que as drogas vão continuar ceifando vidas e tirando da existência talentos tão indispensáveis? Quantos ainda perderemos? Porque os cientistas e todo o "progresso da medicina" não voltaram seus olhos para um tratamento mais eficiente contra este mal? Será muita ilusão uma vacina contra drogas?

sábado, 9 de junho de 2012

O que você pensa sobre mim?





O que há no pensamento de cada um?
Certo tempo eu me deparei com uma pergunta em um destes cursos mezzo picaretas. É incrível como há aproveitadores no caminho de pessoas bem intencionadas.
O dinheiro e tempo investido neste curso serviram-me apenas para refletir sobre uma pergunta, que me acompanhou durante um período: Como as pessoas te veem? 
Na ocasião a pergunta foi bem alicerçada. Não se trata de fazer algo para ser melhor visto pelo outro. Não se trata de pensar em como ou o que o outro pensa a seu respeito. Também não se trata de futilidades cotidianas, fofocas, "fazer média", "duas caras" e amenidades afins.
A pergunta era simples. De tão simples que foi necessário afunilar suas interpretações até chegar na crueza da fórmula: "como eu me vejo" e "como eu imagino que os outros me veem" em contraponto com "como realmente os outros me veem".
Fiz este curso há cerca de duas décadas (tempo em que, inclusive, não havia a preocupação em saber como se escreve "veem" dentro de uma possível reforma ortográfica... bons tempos...)
Hoje não mais me preocupo com este detalhe. Mesmo que o outro tenha uma grande ideia sobre mim ou mesmo que me ignore, mais importante é como sou.
Naquele momento em que recebi esta pergunta, era importante saber como os outros achavam que eu era, até para confrontar aquela realidade a minha.
Será que os outros, ao terem uma visão diferente da que tenho a meu respeito, estariam mais corretos acerca de mim do que eu mesmo?
Eu estava procurando exatamente esta resposta que se constituía também na procura da minha identidade. 
A nossa identidade está naquilo ou naquele que formam a nosso respeito ou no que nós procuramos formar sobre nós mesmos?
Era um momento de encontro ou mesmo de abandono.
Hoje vejo que não há necessidade deste controle.
Ao menos para mim basta seguir uma cartilha básica. Algo bem simples e resumido. Algo que possa constituir os "preceitos básicos da minha existência" que, mesmo intangíveis, possam se tornar tão concretos a ponto de quase sê-lo.
Penso em seguir aqueles ditames gerais que, por vezes, flertam com o piegas: Ser honesto e verdadeiro, sem me tornar rígido e quadrado. Ser correto e obedecer as leis sem descambar para a paranoia do "politicamente-correto-extremista" e ser coerente, tendo bons princípios, sem me fechar em dogmas e ideias pré-concebidas.
Conceitos assim me atraem. São pontos de partida.
Estabelecer equilíbrio é uma meta pessoal, mesmo que não seja um fim.
Posto isso, não me interessa mais entrar no coração das pessoas.
Não posso julgar e interferir no pensamento de quem me vê.
Alguém que me julga como uma pessoa que faz as maiores armações e sacanagens do mundo, irá me ver de acordo com seu universo pessoal. 
Alguém que me vê como um São Francisco também.
Mais vale o que eu sou do que pensam que sou. Mesmo quando esse "eu sou" é algo que esteja acima de mim (como de fato está).
Quando aprendi que a minha preocupação com meu caminho pode fazer de mim algo bem próximo do que penso, passei a andar mais firme. Piso mais seguro, olho pra frente, com a cabeça erguida.
Se alguém acha que eu sou um vendido, mal caráter e egoísta, seu pensamento a meu respeito é indiferente. Entrego-o a natureza desta pessoa, que não deve ser muito diferente dos adjetivos a que me atribui.
E aos que me admiram ou beijam minha mão para pedir benção, ofereço um respeito contido. Aquele respeito que termina onde começa o sopro do balão do ego.
Mesmo ciente da minha condição humana e, por isso, sabendo que não posso corresponder completamente as expectativas dos que me veem como um homem sem defeitos, sei que, de certa forma, eles evocam em mim algo semelhante de onde sonho em me aproximar.
Não se trata de pretensão. Prefiro me inspirar nos que me veem bem do que me deprimir com os que se veem em mim.