quarta-feira, 21 de março de 2012

Ainda somos bárbaros


Nossos caninos diminuíram ao longo da evolução.
Nosso estômago não mais produz enzimas para desdobrar a proteína da carne com tanta facilidade.
Dados apontam que um homem que come carne por um período de 50 anos, possui em seu estômago, cerca de três quilos ou mais de carne literalmente podre que nunca irá ser digerida.
É um depósito fétido e asqueroso, guardado gentilmente dentro do corpo, esperando para alimentar células cancerígenas ou se deslocar pra alguma artéria para que provoque uma parada cardíaca, quem sabe uma boa contribuição para um AVC...
Acabo de ver uma galinha com pés amarrados sendo levada para o abate.
Ela estava em uma caixa de papelão com alguns furos e, assim que foi pega com as pernas pra cima, começou a bater asas e cacarejar, num grito que misturava medo e desespero.
Os "donos" do animal, que acabaram de adquiri-lo sorriam contentes, afirmando que, ao matá-lo teriam uma comida "gostosa".
Eu, que estava inspirado pra escrever algo "alto astral" neste blog, tive que interromper tudo pra refazer meus ânimos.
Estava escrevendo sobre os problemas do cotidiano e como lidar com eles.
Eis que me surge este.
Algumas pessoas, ao ler este texto vão dar risadas. Achar ridículo que alguém possa compadecer-se  com o destino de uma galinha, dentre as milhares que morrem a cada segundo no mundo.
Dia após dia entendo que ser vegetariano é procurar, por alguns instantes, entrar naquela caixa escura com alguns furos feitos por uma faca e se sentir com calor, com medo, tendo as pernas presas sem poder se mexer e sendo transportado de cabeça pra baixo pra ser morto.
O que estes nobres "gourmet's" estão comendo?
Medo, tristeza, desespero e sofrimento.
É isso. Tudo sendo transferido para a energia e o sangue deste animal. Depositado em suas vísceras e em cada célula do seu corpo.
Vejo um momento em que esta barbárie possa acabar.
Vejo um dia em que as pessoas entendam que os animais foram indispensáveis para a nossa dieta há alguns séculos, mas agora vivemos em um outro momento e realidade. A água doce do nosso planeta é usada mais para o gado do que para o ser humano.
Nossa safra agrícola, em especial a de grãos, serve mais para virar ração para o gado do que para alimentar o ser humano.
Não que eu aprove qualquer tipo de ação reacionária. Acho os "vegetarianos xiitas" "chaatos".
Mas, a cada dia, vejo nascer em mim uma compaixão avassaladora pelos animais.
Pelos seres vivos.
Hah sim!
Antes que me digam que uma alface ou vegetal é um ser vivo (que lógico, são), e que morrem chorando e gritando em desespero como um animal (o que já é um pouco diferente), alerto que, caso você tire uma perna de um boi e queira que outro boi nasça dali, estará sendo um idiota (ou cientista maluco), mas isso pode acontecer com um vegetal.
Os vegetais tem uma forma de "se doar" bem diferente dos animais.
As árvores doam seus frutos porque não podem andar e plantar suas sementes em outro lugar.
As flores se tornam lindas, cheirosas e atraentes, para que possam ser polinizadas e se reproduzir.
É diferente. Há uma interação.
Nós podemos ver os frutos, no momento em que estão maduros, doces, tenros, caírem das árvores para que possam ser devorados e ter então suas sementes levadas para outros lugares.
Um animal não faz isso.
Em geral, suas sementes são guardadas dentro de si ou guardadas e zeladas por eles em ninhos e locais seguros, onde a interação, em geral, é feita somente por outros de sua espécie para fins específicos de procriação.
Sempre foi incógnita pra mim as pessoas não conseguirem diferenciar um animal de uma planta.
Não bastasse as questões fisiológicas inerentes à obtenção de alimento por estas duas fontes tão distintas, creio que falta a sensibilidade para perceber o comportamento de cada espécie.
Qual animal oferece seu filhote para outros se alimentarem como uma planta oferece seus frutos, sementes, folhas, galhos etc.?
Pois bem.
Deixemos de lado um pouco o ativismo (quase sempre enfadonho, como disse), pra apenas ficar com a compaixão pelo sofrimento da galinha.
Respeito os sorrisos sarcásticos. Mas fica este recado.
É preciso entender que estamos em um outro momento de evolução de nossa espécie: A transição da barbárie e da violência barata (inclusive contra seres humanos) para o estado de amor incondicional a tudo que remete à criação de Deus que, por sinal, é o Pai da Vida.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Meu grande amigo o inimigo



O que é o sucesso senão a mais pura expressão da espiritualidade?
Quando respiramos alegria e paz, uma enorme generosidade nos invade.
A serenidade nos mostra caminhos importantes que nos conecta com tudo o que buscamos no mundo.
Agir com generosidade com nós mesmos é um passo fundamental.
Eu fico encabulado ao ver algumas pessoas fazendo compras.
Vejo-as procurando algo para comprar para si (uma roupa, um sapato), numa busca tão frenética por comprar barato e fazer economia em tudo que, ao final, tem sempre um resultado ruim, acabam, quase sempre adquirindo algo que está aquém do seu merecimento.
Se acostumaram com o pior, mas em alguns momentos, se sentem frustradas.
Esquecemos de tratar a nós como o que há de mais importante no mundo.
Queremos fazer o bem ao próximo e sabemos que isso é digno, mas não pensamos tanto em fazer o bem a nós mesmos, porque nos ensinaram que isso é ser egoísta, mesquinho.
Mesquinho é aquele que nega a si.
Nega a sua vida e sua existência e foge de sua felicidade quando pensa estar alcançando-a.
Quantas pessoas choram, ficam ressentidas e magoadas com críticas.
Eu adoro os "cri cris". Eles são engraçados e sinceros.
Claro que a maioria deles tem dificuldades quando o assunto é sobre eles mesmos, porém nos mostram coisas que não vemos (ou não queremos ver) e que são latentes em nós.
Os críticos em alguns casos são os melhores professores. Os que nos contrariam são aqueles que mais nos ensinam. Tudo o que nos choca, traz reflexão e entendimento.
Nós nos acostumamos tanto à hipocrisia e pensamos tanto no "politicamente correto" que nos tornamos medrosos.
Você não pode ser muito mais medroso do que pensa?
Talvez seja mimado e mal acostumado.
Os livros de auto-ajuda, as palestras de motivação e os que falam "bonitinho" podem ter te estragado.
A psicologia de bar pode arrebentar com nosso crescimento e nos arruinar.
Esta história de que nossa mãe ou nosso pai (ou ambos) foram nossos algoses.
Que a nossa infância foi a responsável por nossas mazelas de hoje.
Um desastre este pensamento.
Será que não podemos jogar tudo fora?
Se foi assim que fomos criados, não podemos romper com tudo agora mesmo?
Mesmo que seja mais cômodo ficar no papel de vítima e culpar algo ou alguém do passado, nossa situação atual é fruto quase total do nosso pensamento presente.
Esta idéia do "planta colhe" é outra catástrofe.
Nos torna conformados.
É o outro extremo.
De um lado a criança "boazinha" que foi reprimida pelos pais ou por acontecimentos do passado e da infância (quando na verdade era uma criança travessa e que dava um trabalho danado pra todos).
De outro a pessoa conformada que pensa que, porque fez uma ou outra coisa errada em algum momento, deve então sofrer perdidamente para que "colha" o que plantou.
Oras...
Onde está a generosidade consigo mesmo?
O simples fato de estar vivo e respirando já é um belo motivo pra se tornar forte.
A frase é: "você está onde você se põe".
Tente fazer todo o malabarismo do mundo e sempre cairá neste ponto.
Sua força está dentro de você e somente você pode se conectar a ela.
O seu passado está onde deve estar. Quilômetros atrás em sua existência.
A grande pergunta: até quando vai ficar parado lá?
Até quando a insistência em não sair do lugar?
Agradeça a quem te chama de babaca. Nem que seja por ele não de xingar de Filho da P*.
Temos que ser gratos a quem nos critica, principalmente porque é mais fácil mandar a PQP e nos ignorar.
Aqueles que se preocupam em nos apontar falhas, no fundo, demonstram grande interesse por nós e  pelo que fazemos. São eles os heróis da resistência. São eles que nos valorizam mais do que nós mesmos.