Nossos caninos diminuíram ao longo da evolução.
Nosso estômago não mais produz enzimas para desdobrar a proteína da carne com tanta facilidade.
Dados apontam que um homem que come carne por um período de 50 anos, possui em seu estômago, cerca de três quilos ou mais de carne literalmente podre que nunca irá ser digerida.
É um depósito fétido e asqueroso, guardado gentilmente dentro do corpo, esperando para alimentar células cancerígenas ou se deslocar pra alguma artéria para que provoque uma parada cardíaca, quem sabe uma boa contribuição para um AVC...
Acabo de ver uma galinha com pés amarrados sendo levada para o abate.
Ela estava em uma caixa de papelão com alguns furos e, assim que foi pega com as pernas pra cima, começou a bater asas e cacarejar, num grito que misturava medo e desespero.
Os "donos" do animal, que acabaram de adquiri-lo sorriam contentes, afirmando que, ao matá-lo teriam uma comida "gostosa".
Eu, que estava inspirado pra escrever algo "alto astral" neste blog, tive que interromper tudo pra refazer meus ânimos.
Estava escrevendo sobre os problemas do cotidiano e como lidar com eles.
Eis que me surge este.
Algumas pessoas, ao ler este texto vão dar risadas. Achar ridículo que alguém possa compadecer-se com o destino de uma galinha, dentre as milhares que morrem a cada segundo no mundo.
Dia após dia entendo que ser vegetariano é procurar, por alguns instantes, entrar naquela caixa escura com alguns furos feitos por uma faca e se sentir com calor, com medo, tendo as pernas presas sem poder se mexer e sendo transportado de cabeça pra baixo pra ser morto.
O que estes nobres "gourmet's" estão comendo?
Medo, tristeza, desespero e sofrimento.
É isso. Tudo sendo transferido para a energia e o sangue deste animal. Depositado em suas vísceras e em cada célula do seu corpo.
Vejo um momento em que esta barbárie possa acabar.
Vejo um dia em que as pessoas entendam que os animais foram indispensáveis para a nossa dieta há alguns séculos, mas agora vivemos em um outro momento e realidade. A água doce do nosso planeta é usada mais para o gado do que para o ser humano.
Nossa safra agrícola, em especial a de grãos, serve mais para virar ração para o gado do que para alimentar o ser humano.
Não que eu aprove qualquer tipo de ação reacionária. Acho os "vegetarianos xiitas" "chaatos".
Mas, a cada dia, vejo nascer em mim uma compaixão avassaladora pelos animais.
Pelos seres vivos.
Hah sim!
Antes que me digam que uma alface ou vegetal é um ser vivo (que lógico, são), e que morrem chorando e gritando em desespero como um animal (o que já é um pouco diferente), alerto que, caso você tire uma perna de um boi e queira que outro boi nasça dali, estará sendo um idiota (ou cientista maluco), mas isso pode acontecer com um vegetal.
Os vegetais tem uma forma de "se doar" bem diferente dos animais.
As árvores doam seus frutos porque não podem andar e plantar suas sementes em outro lugar.
As flores se tornam lindas, cheirosas e atraentes, para que possam ser polinizadas e se reproduzir.
É diferente. Há uma interação.
Nós podemos ver os frutos, no momento em que estão maduros, doces, tenros, caírem das árvores para que possam ser devorados e ter então suas sementes levadas para outros lugares.
Um animal não faz isso.
Em geral, suas sementes são guardadas dentro de si ou guardadas e zeladas por eles em ninhos e locais seguros, onde a interação, em geral, é feita somente por outros de sua espécie para fins específicos de procriação.
Sempre foi incógnita pra mim as pessoas não conseguirem diferenciar um animal de uma planta.
Não bastasse as questões fisiológicas inerentes à obtenção de alimento por estas duas fontes tão distintas, creio que falta a sensibilidade para perceber o comportamento de cada espécie.
Qual animal oferece seu filhote para outros se alimentarem como uma planta oferece seus frutos, sementes, folhas, galhos etc.?
Pois bem.
Deixemos de lado um pouco o ativismo (quase sempre enfadonho, como disse), pra apenas ficar com a compaixão pelo sofrimento da galinha.
Respeito os sorrisos sarcásticos. Mas fica este recado.
É preciso entender que estamos em um outro momento de evolução de nossa espécie: A transição da barbárie e da violência barata (inclusive contra seres humanos) para o estado de amor incondicional a tudo que remete à criação de Deus que, por sinal, é o Pai da Vida.