terça-feira, 10 de março de 2009

Subindo na Arquibancada

Há um antigo exercício em psicologia que vou adaptar aqui para melhor traduzi-lo.
Vou nomeá-lo como “Subir na arquibancada”.

Não se trata de abandonar o jogo. Trata-se de dar um tempo para melhor analisá-lo.
O exercício consiste em se deslocar até uma posição onde se tem uma avaliação completa e muito mais eficaz.

É uma alternativa imensamente plausível quando se está demasiadamente envolvido pelo calor da partida, em meio à necessidade de pensar rápido, agir rápido, responder imediatamente aos estímulos e ainda traçar estratégias e , inclusive, modificá-las de acordo com os acontecimentos.

Precisamos, em todos os momentos críticos de nossa vida, “subir na arquibancada”.
É de lá que observamos melhor onde estamos ruins, onde podemos melhorar, onde podemos atacar e, principalmente, o que temos de fazer para ganhar o jogo.
Tenho absoluta certeza que, em grau maior ou menor, você tem algum problema para resolver exatamente agora.

As pessoas não se dão conta, mas a vida traz conflitos a todos nós desde o nascimento. Se não fosse pelas questões puramente fisiológicas, poderíamos afirmar que aquele primeiro choro é uma demonstração clara de que não queremos sair do conforto e da paz do útero.

Há psicólogos que traçam parâmetros da busca da felicidade como uma forma de voltar ao aconchego do ventre materno. E isso faz muito sentido. Nunca, em toda a nossa existência, podemos experimentar por meses seguidos aquela sensação maravilhosa que temos quando estamos envolvidos pela paz e conforto do ventre. Não raro, publicitários utilizam o som ou mesmo o ritmo cadenciado das batidas do coração quando querem seduzir os consumidores com seus produtos.

Nossa carência maior é pelo aconchego. Por isso o abraço, o toque, as carícias e contato físico com outras pessoas são tão importantes.
Naqueles segundos, estamos de volta ao ventre. De volta ao nosso “paraíso”.
Mas não estamos hoje falando sobre carências, prometo voltar nesse assunto a partir deste ponto.

Voltemos a nossa proposta de hoje, que é abordar os problemas e conflitos da vida de forma sistêmica, por meio de um exercício simples de observação.
Tenho algumas perguntas pra você:

-Qual a última vez em que praticou a auto-observação?

-Você sempre desassocia as questões interpessoais quando observa o outro?
Saiba que uma das formas mais eficazes de se resolver problemas de relacionamento é
ter uma observação contextualizada do conflito, mas devemos fazê-lo de forma impessoal.

Uma sugestão interessante é refazer mentalmente um acontecimento crítico observando os personagens, inclusive a si mesmo, de forma impessoal, como se o observador não fosse o observado.

Reconstrua este momento real e tente perceber o seu comportamento e o de todos os outros. Analise o que se passa na sua cabeça e o que pensam os outros envolvidos. Volte a cena e observe o maior número de detalhes possível. Tente desvendar as motivações de cada personagem tente entender de forma completa, ampla, tudo o que ocorreu naquele momento.

Você vai se surpreender com os resultados obtidos.